Crônicas: As Cores Bonitas






Complexa essa tarefa da gente começar sentir o que realmente somos. Cada um é feito de uma essência única, um emaranho de infinitos, pequenos e grandes universos. Cada um carrega dentro de si todas as ferramentas para ser plenamente feliz também plenamente frustrado. Justamente a nós mesmos, cabe
a tarefa de sermos nós. Redundante? Diria das redundâncias, das “andanças” em círculo que nascem as grandes histórias. Desde que eu tinha sete anos, sabia de alguma forma que iria ser escritora. Como sabia? Não sei, apenas sabia, como, se algo dentro da minha alma sempre gritasse em busca de novos versos, rimas, autores, histórias, estórias e principalmente de inspiração.
Meus combustíveis sempre foram: inspiração, motivação e paixão. Ainda não sei todas as regras de ortografia, nem domar muito a gramática, mas a forma como consigo imprimir a minha sensibilidade está gerando em meus leitores, gratas surpresas. Conto com a sorte de ter pessoas extraordinárias que complementam o meu trabalho e fazem que os meus sonhos possam se concretizar. Complexa está tarefa de a gente assumir de fato começar a ser ao que nos propusemos fazer neste mundo. Afinal, hoje em dia o mundo anda tão complicado, a todo o momento fingimos ser algo, nestes emaranhados vamos esquecendo quem de fato é ou o que queremos desempenhar. Todo mundo nasce com uma quantidade de talento, mas cabe a cada um desenvolve-lo ou não. Sempre escrevi, sempre soube que isso iria me levar a algum lugar. Só que não tinha ideia do quanto o lançamento do meu primeiro livro, iria gerar toda estas gama de cores bonitas, pessoas de alma furta cor e este carinho que vem impresso na forma do incondicional iria tomar conta do meu universo.


Minha maior realização, antes de falar do meu orgulho e agradecer aos meus leitores, quero contar um pouco a respeito do que venho falando nas palestras que tenho ministrado a respeito do livro: Conversas que Emagrecem. Minha professora da sétima série me disse você apenas poderá publicar, quando souber ouvir um não. Depois, das portas que foram se fechando, das perdas do caminho, das ruas sem saída e das pedras que foram surgindo, sou imensamente grata por tudo isso. As frustrações, as tristezas, os imprevistos criam um ar de suspense, uma expectativa até as coisas de fato darem certo. Aprendi que além da sábia frase que diz que devemos pegar um punhado de limões e fazer uma limonada. Aprendi também que o problema não são as pedras do caminho, o problema é se apegar as pedras. Aprendi que tudo isso além de me tornar mais forte, fez que o lançamento e os frutos disso, viessem com mais gosto, mais alma, mais sentimento e mais surpresas.
Aos meus caros leitores, pessoas que me ajudaram e proporcionaram chegar onde estou. Aos novos leitores que estão apreciando as minhas crônicas, se deliciando com o meu jeito de escrever, fico extremamente feliz de poder estar proporcionando cultura, bom humor e boa leitura. Agradeço à todas as pessoas que estiveram presentes no evento de lançamento, as pessoas que não puderam ir, mas estavam de certa forma presentes. Durante estes três anos, onde fui coletando material para o livro pudesse ganhar forma, posso dizer que estrada está recém começando. Tem muitas coisas pela frente, nem tudo saiu como o espero, ainda virão cenas de suspense, com pitadas de filmes de comédia e também um pouco de horror. O grande barato de me tornar uma escritora propriamente dita é que agora ainda tenho os meus monstros embaixo da cama, alguns atravessados dentro da minha mente e alguns veem me visitar no mundo real. Hoje sei, com alguns deles farei amizade, outros transformarei em algo melhor, alguns irão ficar comigo por um tempo, mas com certeza adicionei novos combustíveis. Agora tenho pessoas acompanhando de perto o meu trabalho, formando parcerias, me incentivando e principalmente me incentivando. Carrego comigo, o carinho dos meus leitores, as palavras gentis, os carinhos espontâneos, os gestos de cuidado e todo o resto colorido que está vindo desta experiência extraordinária.


Por fim, acredito que está tarefa de se tornar o que desejamos, implica conseguirmos driblar as nossas criticas internas, aquela vozinha que fica o tempo todo nos alertando se estamos fazendo a coisa certa, se estamos indo na direção correta e se realmente vale a pena. O principal é poder dizer que já não estou me tornando uma escritora, sou uma escritora construída de: acasos, nostalgias, destinos, histórias, estórias, sentimentos e cores bonitas.

Crônica: Não Existe Remendo para Alma Inflada


Vivemos em uma sociedade material, sedenta por capitalismo que ânsia por querer sempre mais. Desejamos e nem sabemos o que de fato desejamos, queremos e muitas vezes nem sabemos o quê. Temos as prateleiras abastecidas de tudo o que precisamos, mas parece que nada nos conforta. Então escutei uma frase que levada ao pé da letra, não incomoda tanto assim, mas se pararmos para pensar dói. Gasto o meu tempo com você, invisto o meu tempo com você e mais precisamos gastar mais tempo uns com os outros. Desde quando as amizades entraram na bolsa de ação? O que a e economia tem haver com os sentimentos? Desde quando o gostar entrou na liquidação?
Aquilo me incomodou de uma forma tão profunda, comecei a pensar no que de fato estamos comprando, investindo etc. Não estamos mais consumindo apenas bens materiais, estamos de fato comprando amizades, investindo em relações que possam nos favorecer e o pior estamos comprando sentimentos sem perceber que a alma de ninguém está à venda. Deparo-me com relacionamentos baseados em status, onde o outro deve gastar todo o dinheiro e sentimentos já que ambos são vistos com a mesma finalidade e a mesma intensidade. Escuto pessoas dando conselhos do tipo: Se você é homem, banque a sua mulher, se não com certeza ela investirá em outra pessoa. Devo ter perdido o fio da meada, devo estar equivocada e com certeza perdi algo no meio do caminho. Já que na minha humilde concepção a gente construía relacionamentos sejam eles amorosos, de amizade ou do tipo que for baseado única e exclusivamente em respeito, cuidado e empatia. Estamos em uma sociedade que consome e compra amor, sexo, diversão, amizade, poder, fama e o que mais for. Estamos consumindo ao invés de formarmos relações, já que tudo está venda, salve-se quem puder.

Com isso, um ciclo sem fim se inicia. Primeiro consumimos coisas materiais com a ilusão de quem com isso seremos felizes. Então temos as roupas da moda, o carro do ano, frequentamos os lugares mais badalados e estamos sempre antenados nas novidades que estão por vir. Só que isso não consegue preencher o nosso vazio, sempre sobra uma esquina dentro de si mesmo, um lugar para as ansiedades tomarem conta e um leve desespero começa a pairar. Então começamos a consumir os outros a nossa volta a fim de que possamos preencher os nossos buracos. Mas não enxergamos o outro como um ser integral, que também tem as suas mágoas e vazios, nós queremos simplesmente afogar as nossas tristezas e projetar a culpa em alguém. Nem damos espaço para outro dizer o que pensa e sente, isso não importa, somos os donos da verdade e precisamos apenas consumir o tempo com o outro para aliviar as nossas tensões. Nem pense que o outro pode opinar, dizer algo diferente, afinal está consumindo simplesmente para abastecer as nossas inquietudes, não estamos nem aí para o espaço do outro e o que dirá para sua privacidade.
Acabamos por consumir o tempo dos outros. Acabamos por consumir também o nosso próprio tempo. O consumo é tanto e de uma forma tão voraz, que fica complicado pensar que isso não soe um pouco como adição. Já que todo este consumo desfreado de pessoas, sentimentos, objetos é quase como consumir drogas, ficamos entorpecidos, com os egos inflados e alma a míngua. Vivemos em uma sociedade que passou não só a consumir de forma alucinada o material, agora estamos mais vorazes e bem mais desenvolvidos. Afinal com as novas tecnologias passamos também a consumir novos tipos de relação que casam com os falsos "selfs" que vamos criando através das telinhas. Na internet podemos ser mais sagazes, mais vingativos e com certeza bem mais articulada do que o mundo real, já que não temos filtro e quase nenhuma censura. Como se a realidade virtual estivesse acima da realidade concreta, somos mais fortes quando estamos conectados, perdemos os nossos medos e o medo do julgamento, não temos os olhos nos olhos, não temos como decodificar o tom de voz e nem mesmo saber de fato o que se passa com o outro, Desta forma a acredito que as novas tecnologias nos trouxeram um novo colorido, mas também uma perversidade.

Agora munidos de toda a coragem que o mundo virtual nos deu, estamos mais preparos e mais ávidas para consumir o quer que seja. Somos movidos pelo agora, não temos tempo para metas em longo prazo e estamos prontos para por tudo em prática. Com isso, convido com pessoas que sustentam relacionamentos pelo fato de serem bancada a fim de terem suas necessidades materiais supridas e controlam os sentimentos em prol do poder e da fama que ganham através do dinheiro. Convivo com pessoas que preferem o holofote, os cinco segundos de fama e que não medem consequências para chegar aonde querem. Conheço gente que confunde amizade com gastos, acha que amor vem com investimento material e já nem sabe mais o que seriam sentimentos espontâneos. Mas, ainda bem que conheço gente que acredita que dar vazão aos sentimentos nada tem haver com investir, gastar, consumir e comprar. Entendem que os sentimentos brotam da alma, nascem do acaso e criam nuances a partir do inesperado. Ainda bem, que nem tudo está perdido, ainda há tempo de voltar atrás e refazer a história. Prefiro ficar aqui do lado, onde se consome o necessário, mas não precisa leiloar o coração, investir sentimentos em busca de poder e com certeza enxerga o outro e não a atravesse em prol do seu ego.

Por fim não existe cirurgia plástica para alma, nem Botox para os sentimentos e muito menos silicone para blindar as frustrações. As cicatrizes vão fazer parte, assim como, as rugas de felicidade. Então pare de tentar consumir o tempo todo atenção, mídia e elogios, aceite que a vida não vem com bote de salva-vidas , é preciso remar o seu próprio barco e parar de consumir os remos alheios.

Lançamento do Livro: Conversas que Emagrecem


Pessoal é com muita satisfação que posso dizer que o Blog Carpinteiros do Universo ganhará mais uma nova etapa. São três anos para já acompanha o Blog que antes era no formato de Tumbler. Vários ciclos de crônicas, construção e divulgação nas páginas do Face, até que chegamos a este momento ótimo, o nascimento do livro Conversas que Emagrecem.

Nascido a partir das crônicas que foram sendo lidas e acompanhadas por vocês, posso dizer muito obrigada. Obrigada aos meus novos leitores, aos meus leitores antigos e a todos que apoiaram. Agradeço muito a minha família, ao meu noivo Leonardo, aos meus amigos e as pessoas que já partiram. Também agradeço a todas as pessoas que deram contra, fecharam portas e com certeza acharam que não iria chegar até aqui. Sei que será o primeiro de muitos lanamentos, sei o Carpinteiros do Universo está vivendo apenas uma primeira fase de grandes conquistas. Sei que a estrada está indo muito além do que se vê e para quem sonha nada é impossível.

Foram com passos de formiguinha, escrevendo desde os onze amos. Muitas coisas ainda engavetadas, agora mais segura e mais preparada, posso garantir que estou engajada em trazer mais novidades para vocês. Espero que todos possam ir nos lançamentos do livro, o oficial dia 27 de Junho e o extra dia 4 de Julho. Espero de verdade estar tocando a alma de vocês, estar colorindo ao mundo de vocês a fim de que possam transformar o mundo. Quero formar uma LEGIÃO DE CARPINTEIROS DO UNIVERSO QUE POSSAM CONSERTAR O QUE PARECE NÃO TER CONSERTO.

Com todo carinho e gratidão do mundo,

Bruna Girardi Dalmas

Crônica: Somos a Única Forma de Conserto ou Desconserto de Nós Mesmos



Vira e mexe fico me questionando se não fossem os pequenos fracassos, as vezes em que desafinamos e perdemos o compasso. Se não fossem as brigas perdidas, os laços que formaram nós e a cada esquina que nos afastou de nós mesmos. Se não fossem as cartas não enviadas, as frases ditas de outro modo, o orgulho ferido, a bolsa repleta de mágoas e com certeza não fossem os quase amores.
Se não fossem os pequenos, grandes, erros e muitas vezes os nossos atos falhos. se não fossem os pontos cegos, aqueles defeitos que tentamos toda a nossa vida maquiar em frente ao espelho, mas por algum motivo eles insistem aparecer. Seria bem mais fácil se a gente pudesse de alguma forma apagar todas as partes feias, deixar apenas o que é bonito, belo e colorido. Mas se não fossem as noites mal dormidas, os pedidos de desculpas, às vezes em que não voltamos atrás e com certeza se não fossem as nossas conversas internas, com toda certeza não estaríamos aqui e muito menos perto do que almejamos alcançar. Precisamos das nossas partes feias, precisamos das cenas de horror do filme de nossas vidas e com certeza precisamos demais do trajeto. Afinal estamos aqui, pelos atalhos, por algumas pedras no caminho e assim por diante. Só que o problema é que a gente acaba dando tanta importância e lugar as nossas mágoas, damos boias a elas, acabam por alimentá-las de tal forma, que somos incapazes de desfrutar os prazeres do caminho.

Nos apegamos nas partes feias, somos incapazes de admirar a beleza interna, o que dirá a externa. Esquecemos que somos feitos de lembranças, sejam elas tortas, distorcidas, um pouco borradas e talvez amareladas pelo tempo. Esquecemos em que em nossa gaveta abarrotada de memorias, mesmo o que não é assim tanto motivo de orgulho nos fez chegar exatamente aonde estamos agora ou estamos chegando próximo de nossos objetivos.
Foi os amores não correspondidos. Foram as cartas enviadas, sem ainda resposta. Foram as palavras ditas ao vento. Foram as noites mal dormidas com a cabeça abarrotada de preocupação. Foram os nossos quase amores. Foram aqueles segundos de insanidade. Foram aquelas decepções mais sofridas. Foram os puxões de tapete. Foram as puxadas de orelha para a realidade. Mas será que tudo isso nos tornas imunes a tentar novamente? Será que tudo isso nos fará agir com mais cautela a ponto de evitarmos a todo custo o sofrimento futuro? Com certeza, alguém irá puxar de novo o nosso tapete, levaremos um baile do destino, seremos surpreendidos pela rotina e com certeza iremos quebrar a cara mais algumas vezes. Mas o que fará a gente não desistir? Para alguns o poder da resiliência, para outros algumas doses de paciência, para outros simplesmente não perder a arte de dançar conforme a música. Seria bem mais fácil uma vida reta, sem dramas, sem as cenas de ação, mas que filme chato ao qual estaríamos assistindo não é? Afinal devemos ser o filme que pagaríamos para ir ao cinema, os ingredientes e principalmente as pessoas que gostaríamos de conhecer. Devemos ser o nosso próprio combustível, a nossa própria adrenalina e com certeza é nessas idas e vindas, nestes encontros e desencontros que vamos nos tornando os protagonistas de nossas próprias vidas.

Somos os únicos responsáveis pelas nossas escolhas. Tudo bem o ambiente, a família, os amigos ou seja quais forem os fatores que a gente quiser listar. Mas eles não vivem pela gente, não escolhem pela gente, não arcam as consequências pela gente e muito menos irão transformar os nossos dragões em moinhos. Precisamos sofrer de sofrências, nos inundar de saudades, afundarmos em algumas mágoas, cometer os mesmo erros e assim por diante. O sofrimento cria como uma espécie de casca que nos deixam mais preparados, mais dignos de acertarmos da próxima vez e com certeza nos tornamos emocionalmente mais desenvolvidos.. Insisto em dizer que não existe sucesso sem termos passado pelo sofrimento, mas esse não precisa ser assim tão sofrido. Afinal podemos passar pelos momentos ruins com bom humor, elegância e quem sabe até aprendendo a rir de nós mesmos.
É preciso lembrar que ninguém além de nós mesmos irá nos concertar. Somos os únicos responsáveis por sermos felizes ou tristes, cabe somente a nós mesmos a escolha dos ingredientes que queremos ter ao longo do de nossa jornada. Com isso cabe a tarefa de aprendermos com os pequenos e grandes fracassos a fim de que possamos ir assimilando sabedoria, mas não precisamos lembrar disso a todo momento. Podemos ir transformando isso em uma aprendizado mais leve, mas com certeza o segredo da qualidade de vida é nos lembrarmos que dentro da gente existem todos os ingredientes que podem nos levar a felicidade ou caos.

Crônica: Talvez Devêssemos ser Um Pouco como Van Gogh



Ontem assisto a um documentário a respeito de um dos artistas que sempre gostei. Me lembro desde os meus quatro anos , meus pais sentados na
beira da minha cama, antes de dormir era sempre a hora das histórias. Mas como a maioria dos pais que leem contos de fadas, meus me abasteciam de todo o combustível de cultura que sabia de alguma forma que iria não só tecer a minha personalidade, mas fazer que sentisse a vida de outra forma.


Van Gogh viveu pouco, mas produziu muito. As suas obras foram maiores do que seus anos de vida, ele revolucionou arte e a forma como os nossos sentidos sentem a arte, mas de nada ficou sabendo em vida. Não teve consciência da sua grandiosidade, como tantos outros artistas, produziu muito, mas também sofreu muito pelo anonimato. Sem vender muitos quadros ao longo de sua vida, sofreu pela falta de sorte de poder ver seus quadros serem vendidos, mas sofreu principalmente por algo que poucas pessoas são capazes de ter ou de compreender. Ele queria tocar alma das pessoas, queria que as pessoas sentissem as suas obras de forma que pudesse tocar as suas almas. Ele queria despertar sentimentos nas pessoas com o que pintava pelos seus traços, pela sua intensidade nas cores e com certeza pelos sentimentos que expunha em cada tela.
Cada quadro era como um retrato, mas não da realidade em si. Ele não pintava o mundo que via, mas sim o seu mundo interno. Conseguia retratar em seus borrões de tinta, em suas texturas marcantes, em suas cores vividas absolutamente tudo o que estava contido dentro de si. O combustível da sua arte não consistia em ter apenas a ambição de ser famoso, de ser reconhecido no mundo das artes, mas sim queria tocar o coração e alma de quem visse os seus quadros. Talvez aí está o grande lance, ele não queria que seus quadros fossem vistos, queria que seus quadros fossem sentidos. Que as pessoas emergissem em seus quadros, podendo sentir todos os sentimentos ali retratos através de toda a intensidade e toda a beleza. Assim como ele, escrevo há muitos anos, poucos sabem disso. Muitos acham que comecei a escrever quando criei o Blog, outros nem sabem de nada. Sempre escrevi exatamente o que vivo, o que sinto afinal as palavras são um retrato do meu mundo interno.

O que percebo da realidade sempre passa por uma distorção do meu mundo interno. Afinal a forma como narro o cotidiano depende totalmente da forma como meu mundo interno percebe, assim ganha nuances de ironia, bom humor e os demais sentimentos. Com isso, não tenho a pretensão de ser famosa, pouco me importa se um dia serei importa. A minha importância é direcionada a tocar a alma das pessoas, provocar emoções aos que leiam e principalmente quero tocar as cores das almas de quem me lê. A medida que este processo mágico acontece, quero que isso me toque também. Quero está dança de almas, cores, sentimentos e experiências. Quero poder ser lida, mas quero principalmente ser sentida. Quero ser importante, mas um grau de importância em sentimentos.

A fama, o dinheiro e o status, podem ser que virão e pode ser que fique por aí. Deixar de escrever, nunca será uma opção para mim. Acredito que assim como Van Gogh nasceu para que a pintura salvasse a sua mente inquieta, acalmasse um pouco os seus demônios, lhe desse um pouco mais de serenidade, preciso das palavras e das escritas para alcançar a serenidade, dar cor e sentido ao meu interno e com certeza dar vasão aos meus sentimentos. Tudo isso se torna mais claro e fazedor de sentido, quando o leitor, se identifica, se emociona e se torna capaz de perceber a sua alma mais leve.

Por fim acho que todos nós devíamos ser um pouco como Van Gogh, ao invés de nos preocuparmos apenas com os louros da fama, deveríamos nos preocupar com a intensidade e a projeção de sentimentos impostas em nosso atos.