Crônica: Moletom Azul


MOLETOM AZUL


O teu moletom azul tem paz de espirito. Teu cheiro ficou no travesseiro, atravessou e fez lugar na minha alma. A tua personalidade é tão dissonante quando esbarra na minha. Teu tom de voz tem a serenidade do céu de brigadeiro, contrasta de forma exato com a  minha velocidade.  Parece o  que não temos em comum é o que nos torna perpétuo.
Eu viajo nas curvas do teu corpo.  Desenho o arpoador entre os teus dedos. Desvendo teus segredos pelas nuances da tua aura. Construo castelos entre uma conversa e outra.  Posso ficar horas  rascunhando meu futuro contemplando o teu olhar dançando ao encontro do meu.  A trilha sonora do  meu mundo  pelo tom da sua voz.  Os meus passos pelos contornos dos teus conselhos.  Deixo-me reger pela sorte do nosso amor tranquilo sem sair do lugar.
O  meu lugar é onde seu o universo escorregar. Reinvento-me pelas  cores bonitas do seu caráter.  Quando estiver com medo, me encontro dentro das suas roupas.  Aqui virou calmaria plena a cada vista que seus olhos me proporcionam. Sem procurar e nem enlouquecer, apenas aceitar e agradecer. Somos a frase em contraponto que nos diz  mesmo que fores embora  e seja complicado o retorno, ele  será válido e bem-vindo.

Eu viajo pelas experiências que tenho ao seu lado. Preciso da sua alma calma. Preciso da sua voz serena que sustenta todo resquício de impaciência que eu possa vir a ter.  Preciso de forma urgente da nossa rotina, da nossa estória requentada e desta estabilidade que torna tudo duradouro. Sem precisar mais olhar pela janela, já enxergo o mundo através do seu olhar.  Minha alma não é da cor a sua. Minha roupa ainda não tem a paz de espirito que procuro. Minhas cores bonitas ainda são inconstantes.   Mas não preciso mais olhar pela janela,  já enxergo  o mundo através do seu olhar.

Preciso ficar aqui sonhando acordada. Recordando-me das tuas cores. Vou ficar sem sair do lugar a fim de que você pinte no universo de novo. 

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