Recortes Sobre o Cotidiano

Olá Carpinteiros,


Tudo bem?

Hoje vou inaugurar um novo espaço aqui no Blog. Vou começar a postar pequenos textos que são como recorte do nosso cotidiano. Desta forma, prometo não deixar o blog tão parado já que o cotidiano corrido muitas vezes fica complicado me dedicar como queria.  Estes recorte falarão de atualidades recheado com opinião, inteligência e algumas doses de ironia. Afinal está na hora de nós sairmos da zona de conforto e arregaçar a as mangas em direção ao mundo real.

Palhaços




Tento levar tudo a sério em país governado por palhaços. A mídia manipula as massas. As massas se deixam influenciar pela mídia.  Estamos vivendo em um país onde as palavras ordem viraram desordem e regressos. As manifestações que toma conta das cidades, preenchem os noticiários  e lotam a nossa mente deveriam ter um só objetivo, o povo. Deveríamos estar lutando pelos direitos básicos da população e entender que tudo gira e torno de PESSOAS. Mas o que acontece é uma luta de egos inflados, pensamentos radicais, opiniões bilaterais transformando em uma guerra de partido. Quem é como eu anti partido e em favor da HUMANIDADE, fica perdido em meio ao caos. Me sinto tola de tentar me levar a sério em um território lotado de informações saturadas, discursos vários e falsas promessas.  


Todo Carnaval Tem Seu Fim

Todo Carnaval Tem seu Fim


Termino o meu recorte parafraseando uma canção dos Los Hermanos chamada Todo Carnaval Tem Seu Fim. Todo dia um José, uma Maria acorda já deitado. Todo dia um Zé,  uma Tereza dormem acordados cada vez que acreditam no que passa na TV. Todo dia os brasileiros esperam que o sol não raie o da. E mesmo assim  toda trilha carrega a fé de quem crê no ditado que todo o Carnaval tem seu fim. Todo dia os brasileiros carregam ainda uma fé que parece vir de lugar algum de que toda crise tenha seu fim.  Alguns brasileiros ainda tem fé no ditado que dias melhores estão por vir. Mas mesmo assim toda rosa é rosa porque é assim é chamada. Mas mesmo assim toda notícia parece verdadeira porque é anunciada.  Toda promessa parece nova e você não liga se ela é usada. Todo discurso parece ter novo você nem liga se ele é antigo.  Todo novo governante parece trazer a mudança e você nem liga se o seu passado. E ainda espera pelo fim do carnaval, pelo fim da crise  e que boas novas venham estampar os jornais.  Prefiro ir para o lado de lá para tentar ser feliz ou pelos menos fingir. Quero brincar de ser feliz mesmo que para isso tenha que pintar o meu nariz.




Segunda Leitura de Março: Deixe a Neve Cair

Deixe a Neve Cair


Deixe a Neve Cair
de John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle,
editora Rocco
.
Peguei este livro por acaso, admito que  não curto John Green, apesar de ter lido todos os seus livros.  Mas resolvi dar uma chance para Deixe a Neve Cair que une três autores, cada um escreve um conto  que compõem histórias que se interligam.
O cenário é natalino, então aguarde por nevascas e climas festivos. Também aguarde por tramas adolescentes recheadas de romances, discussões, confusões e diversões.  O li em um dia, as histórias são simples, porém bem cativantes. Me lembrei da época em que fui adolescente, do meu primeiro amor e do quanto é complicado passar imune as festividades natalinas sem que isso não nos remeta climas familiares e algumas confusões.  Recomendo o livro se você está em busca de algo leve para passar o tempo e se deliciar pelas emoções espontâneas que parecem saltitar para fora do livro. Vou falar um pouquinho de cada conto da ordem do qual gostei mais até o que não curti muito.

O Santo Padroeiro dos Porcos de  Lauren Myracle:  o título pode soar excêntrico, mas é encantador e acima de tudo autêntico. A protagonista deste conto é Adie, uma adolescente  como tantas outras que doses de impulsividade, mete os pés pelas mãos, atrapalhada por natureza, mas tem um coração repleto de boas intenções. É época de natal e ela precisa estar cedinho no seu trabalho na cafeteria Starbuks, mas está desanimada e deprimida demais que quase ficamos com raiva dela pois parece ser tão arrogante e centrada em si mesma, mas a gente se identifica com aqueles períodos da vida que estamos tão submersos em nossas mágoas e em nossas fossas que parecemos incapazes de enxergar o mundo ao nosso redor. O motivo por ela estar deprimida é o término com seu relacionamento com Jeb, o garoto mais incrível pelo qual ela se apaixonou de cara e depois de sua partida todos os lugares parecem lembrar ele. Por mais que  saiba que seja a culpada pelo fim do relacionamento, sente desesperadamente que precisa de uma solução para sua tristeza.   Durante a sua jornada de trabalho havia prometido buscar o animal de estimação de uma de suas melhores amigas, um porquinho da índia super fofo. Vale a pena ler o que o porco tem haver com a mudança de perspectivas da vida de Adie, que forma ela se tornou alguém melhor após os acontecimentos e de que forma somos afetados pelos acasos de nossas existência.  Este conto ganhou o meu coração por ser honesto,  ter um dialogo franco a respeito de nossa existência e de forma as “coincidências” da vida podem mudar o nosso destino.
O Expresso Jubileu de Maureen Johson: sim a protagonista deste conto tem o nome Jubileu como uma sobremesa típica natalina que leva cerejas. A sua vida parecia ser calma e até mesmo perfeita antes que as coisas saíssem do controle em pleno natal. Os seus pais acabam por arranjar uma confusão em uma liquidação natalina, acabam por serem presos.  Jubileu deve ir de trem passar as festas com seus avós que moram na Flórida, mas o trem passa por uma das piores nevascas das últimas décadas, acaba por ficar emperrado nos trilhos, a única saída é tentar encontrar um lugar quente e confortável da qual possa passar melhores momentos. Atravessa a rodovia e avista uma casa de wafles, lá conhece um menino chamado Stuart que parece ser totalmente honesto e franco em relação a tudo, inclusive em dar opiniões a respeito do namoro entre Jubileu e Nat que parecia perfeito até ela começar a se dar conta de algumas lacunas que existem os dois. O que vai acontecer? Será que Jubileu irá apenas passar o natal acolhida pela família de um completo estranho ou será que algo mais está para acontecer?  Vale a pena ler este conto, ou melhor devorá-lo.
O Milagre da Torcida de Natal de John Green;apresenta Tobin, JP e Duke, um trio de amigos disposto a tudo por um pouco de diversão. Ou, pelo menos, os rapazes estão, já que, enquanto os meninos pensam nas líderes de torcida, Duke está mais interessada em batatas fritas. Basicamente acompanhamos uma saga para chegar à lanchonete, dirigindo e caminhando no meio da neve pesada, enquanto tentam sobreviver aos outros valentões que têm o mesmo objetivo. E, claro, a descoberta de sentimentos inesperados. John Green me decepcionou novamente, esperava mais sentimentos, mais tramas e menos aventura. Mas vale a pena ler o livro pelos dois outros contos citados acima.


A Grande Magia Elizabeth Gilbert



P: O que é criatividade?
R:É o relacionamento entre um ser humano e os mistérios da inspiração

Olá Carpinteiros. Perdão pelas ausências, mas agora estou de volta ao blog. Venho inaugurar com vocês um novo espaço com vocês, vou personalizar o Carpinteiros. Com isso, vou começar a dividir a minhas histórias, as minhas escolhas a fim de poder me aproximar mais dos leitores e quem sabe até ajudar.

         Sou o tipo de pessoa que não acredita em coincidências, tudo acontece por algum motivo. Acredito que somos uma junção de pequenos e grandes acasos que nos tornam quem somos. Sendo assim, somos influenciados pelos outros, mas também influenciamos os outros o tempo todo por mais sútil que possam ser as ações e os efeitos.  Nesse emaranhado de acasos me deparei com uma deliciosa surpresa, uma amiga muito querida me presenteou com o livro a Grande Magia da autora Elizabeth Gilbert, você já deve ter ouvido falar dela pelo sucesso de Comer, Rezar e Amar.

Dizem que nos momentos de crise, aprendemos  a desenvolver ferramentas ou modificar os caminhos para podermos amplificar, evoluir e até mesmo  potencializar as nossas capacidades. O livro casou como o momento de vida que estou vivendo,  é disso que estou falando, de alguma forma minha amiga sentiu que precisava ler este livro, precisava ter conhecimento a respeito do conteúdo ali transposto para que pudesse começar a pensar diferente e por alguns projetos engavetados em ação.  Vou fazer logo em seguida uma pequena resenha do livro, mas vou me deter para falar a respeito da minha experiência que se uniu com as experiências trazidas pela autora. Ela fala do processo de se tornar escritor, de que forma podemos potencializar os nossos talentos, desenvolver a nossa criatividade e sermos fiéis ao que somos. Vou contar um pouco da minha trajetória, o meu vício  em livros começou antes mesmo que pudesse ler. Meus pais sempre me presentearam com livros, era o nosso hábito predileto poder ler em família antes de dormir. Com isso, quando aprendi a ler e não parei mais.  Mas tinha uma particularidade, não gostava de ler livros para a minha idade, desde muito cedo devorei livros clássicos e fui até Paulo Coelho. Lia de tudo, queria me inteirar a respeito de absolutamente tudo, principalmente sobre tudo o que não tinha vivido e os conteúdos mais excêntricos como misticismos, religiões antigas e o que mais fosse. O meu principal combustível sempre foi a minha imensa curiosidade somada com uma voracidade em ler cada vez mais. Tinha anos que lia em média sessenta livros, virei rato de biblioteca e em pouco tempo os livros já não me satisfaziam por si só. Fui tomada por um misto de vazio, algo no auge dos meus onze anos, como uma vozinha que fala com a gente de vez em quando, uns a chamam da voz da consciência, me falou que eu tinha um destino na minha vida, escrever. Outros chamam isso de epifania, gosto de descrever como o meu momento mágico. Com isso, abracei a minha causa com afinco e me arrisquei em escrever. Absolutamente tudo que vivia, pesquisava, estudava ia para o papel.  Aos treze anos escrevi meu primeiro romance que guardo até hoje para que um dia tiver coragem suficiente, quem sabe possa publicar. Foram muitas crônicas, muitos poemas e muitos versos em uma época que era uma adolescente reservada, mas totalmente aberta para o mundo mágico da escrita. Como autora Elizabeth Gilbert fala  Grande Magia,  ao meu entender isso acontece todas as vezes que nos despimos dos nossos mecanismos de defesa, paramos de racionalizar e usamos apenas os nosso sentimentos para nos guiar.

Por muito tempo achei que a escrita era apenas uma fase,  algo relacionado a ser adolescente. Não levava a sério e achava que era algo que podia abandonar no momento que quisesse. Não fui cuidadosa comigo mesma, não me escutei por muito tempo e passei quatro anos sem escrever. Na época que abdiquei de escrever, tinha dezoito anos, tinha publicado algumas coisas em revistas pequenas e livros da escola, mas achava que isso era apenas algo que podia fazer de vez em quando. Mal sabia que quando estamos destinados a sermos algo coisa, essa coisa nos escolhe, nos consome e sim nos tornarmos ela. A escrita ou qualquer dom que você tenha, ele só vai poder transbordar e ganhar forma se você deixa-lo se desenvolver, mas ele é seu, ele é inato a sua pessoa e não adianta fugir dele, um dia ele irá vencer. Foi assim, entrei para a psicologia, mesmo que a minha primeira opção sempre tenha sido o jornalismo. Dei um verdadeiro susto na minha família, quando sem contar para ninguém, quase na porta do vestibular, mudei para psicologia. Não sei se verdade o que me levou a fazer isso, hoje analisando de forma mais fria, posso dizer que sabia que escrever era inato, ninguém tinha me dado criatividade, talento ou potencial para imaginar, isso era meu. Mas ajudar os outros, entender as pessoas  a encontrar um sentido de vida, era algo que sempre quis me aventurar, ou seja, o desafio pelo novo me mobilizou a sair da minha zona de conforto. Optar pelo no jornalismo ou em curso de letras, talvez estivesse confortável já que não seria nada tão novo, mas a psicologia vinha com sabor e textura de desafio. Com isso, não me arrependo da escolha que fiz, sou muito grata por ela, ela soma e traz novas cores a escrita e posso dizer que tenho a sorte de  ter duas profissões que se complementam ( isso levou um tempo para ser elaborado).  Infelizmente acabei me sabotando por muito tempo, achei que podia abandonar os meus escritos, deixar ali numa gaveta e fui totalmente incompleta e infeliz por tanto tempo que deixei de ser eu mesma. Afinal quando negamos as nossas partes sejam elas boas ou ruins, deixamos de existir e passamos apenas a viver no automático.  O destino brinca com a gente e aos vinte e poucos, um término de relacionamento, uma fossa emocional me acompanhando e aquela velha tristeza veio me fazer companhia. Entendi o recado, a tristeza, a solidão, a minha inquietação sempre foram o motivo pelo qual comecei a escrever e o que faz despertar sempre os meus melhores versos. De uma crise nasceu o desejo voraz de voltar para o lugar que nunca deveria ter deixado, o de  escrever.

Assim como a autora do livro a Grande Magia, fez um trato com ela mesma em relação a escrita, fiz também o meu e por isso a minha enorme surpresa e também gratidão de poder desfrutar uma leitura que fala tanto da minha vida, das minhas escolhas e como é reconfortante saber que outras pessoas passam e sentem o mesmo processo.  Prometi a mim mesma que seria companheira da minha escrita, aceitaria os bloqueios criativos e sempre escreveria para mim mesma. Nunca tive a pretensão do sucesso, da fama ou de estar sob a mira dos holofotes, prezo demais a minha liberdade, minha privacidade e a minha vida simples. Mas nem por isso deixaria de expor os meus trabalhos, dar oportunidade para que as pessoas conheçam o meu jeito de escrever, de me expressar e o legal saber que algumas se identificam. Sempre escrevi com a pretensão um tanto utópica de mudar o mundo, afinal acredita quando fazemos algo de coração, usando as nossas verdades e expondo as nossas fragilidades,  acabamos por fazer sentido a medida que nos fazemos sentir. Só assim poderemos fazer sentido na vida dos outros. Não podemos alimentar a pretensão de que faremos a diferença na vida dos outros pelo lado material, só podemos fazer a diferença se tocarmos as pessoas através dos sentimentos.  Por fim, dei uma reviravolta na vida, voltei a escrever e não parei. Respeito meus momentos de silêncio, a falta de inspiração e o principal  carregar apenas as críticas que podem me tornar alguém melhor, as demais interferências que servem  só para me deixar para baixo, deixo de lado. Vou escrever até ficar bem velinha .Abraçar o meu dom inato de poder escrever sem carregar muitas expectativas, me deixar guiar apenas pelos meus combustíveis: criatividade, coragem, autenticidade e sensibilidade.

Se você assim como eu tem um dom, algo que foi lhe dado de presente e é inato. Você não pediu, ele simplesmente brotou em você, tenha em mente que dá um medo danado, você tentar se livrar dele, fingir que não existe ou que nada está acontecendo. Dê tempo para si mesmo, afinal é complicado a gente assumir um talento, firmar que somos bons de verdade em algo e temos essa mania de sabotar tudo o tempo todo. Mas quando surgir o momento de você assumir o seu talento, o seu dom, o agarre com unhas e dentes. Sei que dentro de você deve habitar um artista plástico, um cantor lírico, um patinador artístico, um corredor de maratona,  uma artesão brilhante,  um super chef etc. sucesso não deve estar atrelado a ganhar dinheiro, a ter fama ou viver sob os custos do seu talento, ele deve primeiro nascer dos seus potenciais, das suas verdades e das suas cicatrizes. Por experiência própria, mantenha um emprego fixo, tenha uma renda que não venha só do seu talento se não você trasbordará frustrações   e acabará pressionando tanto o seu talento que ele pode se cansar  de você. Foram os meus tombos, as minhas crises, os meus desamores e até mesmos os descompassos que me impulsionaram a escrever e com isso sei que toquei o coração das pessoas.  Cada um tem um sentimento que brota quando se deixa fluir pelo seu talento, há escritores que escrevem quando estão felizes, já eu preciso de lagrimas, fossas e crises, então respeite o seu jeito e os seus momentos de inspiração, não existe e certo ou errado, apenas formas diferentes de se trabalhar. Nunca tive a pretensão de escrever levando em consideração  os outros,  escrevo para mim mesma e assim obtenho a minha sanidade mental. Se escrevesse para os outros, seria alguém frustrado que sempre está em busca de agradar, ao contrário quero agraciar a minha alma, dar vazão aos meus sentimentos a fim de preencher as minhas ausências e as minhas lacunas pela arte de escrever.

Resenha a Grande Magia

Sinopse:  Ao compartilhar histórias da própria vida, de amigos e das pessoas que sempre a inspiraram, Elizabeth Gilbert reflete sobre o que significa vida criativa. Segundo ela, ser criativo não é apenas se dedicar profissional ou exclusivamente às artes: uma vida criativa é aquela motivada pela curiosidade. Uma vida sem medo, um ato de coragem. A partir de uma perspectiva única, “Grande Magia” nos mostra como abraçar essa curiosidade e nos entregar àquilo que mais amamos. Escrever um livro, encontrar novas formas de lidar com as partes mais difíceis do trabalho, embarcar de vez em um sonho sempre adiado ou simplesmente acrescentar paixão à vida cotidiana. Com profunda empatia e generosidade, Elizabeth Gilbert oferece poderosos insights sobre a misteriosa natureza da inspiração.Se você quer um livro que lhe ajude a “ressuscitar” os seus talentos escondidos e o ajude a pensar “fora da caixa”, vá até a livraria mais próxima e o agarre com unhas e dentes.  Mal nenhum admitir que todos nós precisamos de um empurrãozinho para sair da zona de conforto a fim de abraçar novas oportunidades que sempre estiveram ali ao nosso lado, mas não tínhamos a coragem para enxerga-las.