Quase perdi você por orgulho ferido, cicatrizes irreparáveis
e altas doses de besteira. Perdi você ,
me perdi, com isso encontrei inspiração. Mente de escritor sempre tentando
complicado isso equilibrar o que se passa
na mente criativa com o que passa no mundo real, sou como uma televisão fora de
sintonia. Por isso ou por todos os
motivos do mundo, acabamos nos perdendo, parece é preciso perder para finalmente nos encontrar.
Problemas de comunicação, noites de sem dormir, energéticos para
animar a alma, altas doses de cafeína para tentar manter a mente focada no que
parece ser prioridade. Complicado tentar preencher os dias, continuar vivendo
se uma parte foi embora, descobrir quando te perdi que as cores bonitas provinham da sua ternura, o meu espirito ao
seu lado é livre, a minha mente ao seu lado flui e os meus dias são plenos de sentido. Escrever isso me deixa
parecendo boba repleta de clichês, mas o que fazer se a gente só consegue valorizar
quando está a ponto de perder?
Fui determinada a terminar tudo, precisava por um ponto
final neste mar de reticências. Precisava seguir adiante, escutar o seu não
para poder juntar os meus pedaços e tentar seguir em frente. Tornei-me um emaranhado denso e pesado demais
de palavras mal ditas e muitas vezes malditas, outras às vezes não ditas. Fui
me transformando em um emaranhado de silêncios ensurdecedores, de sentimentos não
sentidos e de medos titânicos. Por tanto vivo abraçando os meus demônios, me
alimentando de nostalgias que nem me dei conta do quanto o combustível é o meu
medo, medo de ser feliz. Medo em ser feliz ao seu lado, medo da felicidade, um
medo bobo de dar certo, foi você aparecer e uma cidade inteira se acendeu.
Ao contemplar a calmaria do seu mar castanho, quis de forma
urgente e desesperada me afogar na sua serenidade. Ao tocar a sua mão,
queria dormir de “conchinha com a sua
alma”. Ao notar o quanto temos intimidade suficiente para brigarmos com tanta
ironia e argumentos, percebi a intimidade imensa e intransponível que construímos. Afinal sabemos que ódio não é
oposto do amor e sim a indiferença Esta
que se fez presente nos dias que estivemos zangados um com outro. Somos como
dois bicudos que no fundo se amam, mas são orgulhosos demais para admitir um
sim.
Perdi você e me perdi.
Te amar é me encontrar com a melhor “fatia” de mim. Te ter por perto é como um escudo que protege
de todo o mal. Ao seu lado sinto que posso viver confortável em meu mundo imaginário,
tenho você como para- raio e o seu coração como porta aviões, onde há cada
volta posso descansar enfim em paz.
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