Diários de Bluu:Separações, dolorosas, sofridas, necessárias

Separações, dolorosas, sofridas, necessárias




   Toda separação é dolorosa. Não importa se foi um amor de verão  ou algo que beirava o para sempre.  Dói.  No começo é como perder uma parte do corpo.  Você segue vivendo, mas algo simplesmente estilhaçou.  De quebra muitas vezes a pessoa pela qual você ainda continua digerindo o término já te virou a página ( você).

   Deveríamos ter um seguro para coração partido. A cada separação ou uma decepção. Uma indenização. Nos pouparia um pouco da  fossa. Talvez não de algumas noites de insônia. Solidão. Sessões de terapia. Homeopatia. Auto- ajuda. Crer em algo. Cada um tem uma forma de tentar superar. Mas se é tão sofrido por quantas separações um coração pode passar? Será que a medida do tempo melhora? Será que passa a doer menos?  Duvido. Acredito que sempre doa. É um processo sofrido. Seja você que tenha pedido para se separar ou pelo outro que se separou de você. Por mais desalinhos. Brigas desnecessárias. E todas as pequenas grandes coisinhas que fazem um relacionamento  tenha um desfecho. O fim por si só é bem ruim. Mesmo quando as coisas já não estão sincronizadas. Resta esperança. Nos apegamos desesperadamente em alguma coisa. Algo que ainda faça que o outro permaneça.  Por menor que seja. Por mais ridículo que possa parecer. Só que muitas vezes como no meu caso. Ficamos por puro comodismo.

     O que beirou antes do meu fim propriamente dito. Foi pura acomodação. Me acostumei a ter ele por perto. Gostava de acordar ao lado de alguém. Os mesmos passeios. As mesmas conversas. As mesmas brigas. Tudo igual. Nenhuma novidade. Nenhuma surpresa. Como estar preso em um marasmo sem fim. Até que me senti engolida. Sufocada. Precisava sair daquela zona de conforto que me consumia. Por mais dolorido que tenha sido. Posso dizer que fazem seis meses que estou superando. Ele?  Rasgou a nossa página como a velocidade da luz. Resolveu viver sua adolescência perdida. Embarcar em um coração adolescente. Alguém que lhe traga juventude, adrenalina. Pode ser a crise dos trinta ou seria quarenta?. Seja como for a separação leva um tempo. Se separar de alguém por mais acomodado que já estava foi difícil. Havia e talvez haja amor. Assim como há ressentimentos. Pode ser que seja mais fácil se separar de alguém do qual você está desprovido de sentimentos. Mas se separar de alguém pelo qual você lutou com todas as forças para dar certo e continua tendo uma pontinha de afeto é mais complexo. Hoje vejo as fotos dele e não o reconheço. Pior não me reconheço ao lado dele.

    Tudo aquilo pelo qual me apaixonei. Sumiu. Evaporou.  Queria que houvesse um seguro para coração partido. Uma licença por tempo indeterminado para cicatrizar. Mas a vida segue. A gente continua tendo que viver. Trabalhar. Respirar. Comer. Duro pensar que não se morre de coração partido. Mas se fica doente. O corpo dá um jeito de expressar o que a mente já saturou. Se você estiver passando por isso. Um conselho.  Calma na alma. Não apresse. Não se puna. Não se julgue. Chore o que tiver que chorar.  Entrar na fossa de vez em quando faz bem para a saúde.  O tempo é relativo para cada um. Mas o que nos salva é  amor próprio. Invista em você. Não se apresse em conhecer outras pessoas. Não tente desesperadamente repor um amor.  Ninguém repõe ninguém. Se ele fez isso assim como meu ex  fez. Paciência. Cada um tem uma forma de superar. O que posso dizer é que se a separação se fez presente. Por algum motivo neste momento não era o momento de ficarem juntos.  Ponha reticências ao invés de um ponto final. O mundo dá voltas. Talvez daqui um tempo. Com mais maturidade. Com menos ressentimentos. Usando menos mágoas e mecanismos de defesa. Vocês possam se encontrar. Mas não se apegue nisso. Não viva de utopias.  Vire a página dele por um tempo e vá viver a sua vida.

    Acompanhada ou sozinha. Ficando com vários ou investindo em novos projetos. Nunca se prive do amor próprio, das amizades e do outro dia. 

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