Divulgação: Drops de Menta




Olá,

Tudo bem?

No ano passado dia 07 de dezembro. Lancei meu segundo livro de crônicas Drops de Menta pela Editora Kázua.

Um livro recheado de crônicas a respeito do nosso cotidiano, comportamento humano com toques de algumas histórias. Você encontrará reflexões a respeito da nossa sociedade, escolhas e sentimentos. Uma leitura leve, porém profunda.

Uma boa leitura agora para seu carnaval ou para levar para qualquer lugar. Você pode adquirir ele comigo pelo valor de 40,00. Aí se você não for aqui de Porto Alegre, podemos combinar uma forma de entrega que fique melhor. Ou você comprá-lo pelo site da editora: http://editorakazua.com.br/.

Se você é blogueiro, escritor ou quer divulgar a minha obra. Me chame inbox no face para que possamos formar uma parceira. Vou ficar muito feliz!

Se você trabalha é professor, bibliotecário ou trabalha em alguma escola e gostaria de saber mais a respeito da minha obra e dos projetos que desenvolvo, venha conversar comigo. Tenho parcerias com escolas e desenvolvo projetos a respeito de hábitos de leitura, escolha profissional, sexualidade entre outros. Ficarei muito grata com seu contato!

Fico no aguardo do contanto de você e me coloco completamente a disposição para projetos, parceiras!

Abraços,

Bruna

Crônica: Legados Musicais

Olá,

Para quem acompanha o blog sabe que tenho dado vazão ao projeto Diários de Bluu. Mas, para quem já estava com saudades das crônicas. Não se preocupe aqui tem espaço para tudo. Agora com o feriado de Carnaval vou ter bastante para os blogs em dia.  Vamos conferir a nova crônica?

Legados Musicais 



Somos as músicas que escutamos. Os lugares por onde passeamos. As viagens que fizemos. As pessoas que encontramos. Os amores que construímos. Os sentimentos que tecemos. As escolhas que fazemos. Os livros que lemos. Os filmes que assistimos. As comidas que degustamos. Tudo que fazemos perpassa pelo órgãos  dos sentidos a fim de aos pouquinho  possamos formar legados.

Um dos maiores que carrego é o que construí ao lado do meu pai. Desde muito pequena o gosto musical dele me enchia de orgulho e curiosidade. Queria devorar as caixinhas de vinil e também as de CD. Saber tudo a respeito dos artistas, suas letras.s Sempre fascinada pela forma como os artistas compõem. Muito mais do que as melodias, amante de boas letras. Com isso, desde muito pequena ao lado do meu pai meus ouvidos foram inundados por Caetano, Chico Buarque. Gal Costa, Ney Matogrosso entre tantos outros tesouros da música nacional, principalmente M.P.B. Mas havia um ritmo em especial pelo qual todos os meus sentidos ficariam aguçados para sempre.

O que realmente me fascinava eram os acordes da guitarra. O fundo de um solo de baixo, acompanhado por uma frenética bateria. O rock me escolheu, acredito que todos nós temos um ritmo musical que nos escolhe. Se pudesse escolher um fundo musical para alma seria uma mistura  de folk de Neil Jung com uma pegada frenética de AC/DC.  Herdei um legado musical próprio que curte metal, guitarras afiadas, letras pesadas e um pouco politicas. Meu pai me ensinou a respeitar Beatles, a entender a magnitude do Dire Stratis. Acredito que ele tenha dado elegância e compressão histórica para que possa eleger as bandas e artistas favoritas não só pela popularidade, sim pelo seu papel social. Aprendi  que uma banda é boa quando perpassa a história, imprime seu papel na sociedade e se torna atemporal.

A medida que o tempo passou um legado musical foi construído em conjunto.  Seis de novembro de 2008. Um sonho se realizou. Uma das bandas atemporais destas que fazem a gente se arrepiar mesmo que tenha escutado a canção infinitas vezes. O tipo de melodia que acolhe a alma.   Letras que  fazem que a gente não se sentir mais um na multidão. Um pouco de política. Um pouco de melancolia.  Ritmo autêntico.  Letras fortes e essenciais,.Naquele show me senti plena.  Um dos raros momentos da existência que nos  sentimos tocando a eternidade.  Os sentimentos que vivi durante aquele espetáculo estão vividos na minha memória. Ao lado do meu pai o mundo estava completo.   A nossa paixão em comum? O R.E.M.  Nosso legado musical conjunto.

Anos depois tive a oportunidade de vivenciar a presença de outro ídolo meu, Ozzy Ousbourne. Não foi a mesma sensação. Já que não estava compartilhado ao  lado quem  amo. Poder experimentar um show ao lado do seu herói, é o que tornou tudo especial. Dos shows que vi, das performances que presenciei,sempre me lembrarei dos sentimentos compartilhados ao lado do meu pai.

A vida se torna mais leve, colorida e crocante se temos alguém para vivenciar  legados seja eles quais forem.

Obrigada ao meu pai  Volnei Dalmas por tecer meu legado musical humano e de caráter.

Diários de Bluu: Cuidar de Si



Cuidar de Si


Ontem ouvi  de alguém que gosta de estar acompanhado pela garota que escolheu. Se acostumou com a presença dela pelo apartamento.  Conversas de madrugada. Mensagens trocadas durante o dia. A intimidade que foi surgindo aos poucos.  Confortável estar ao lado de alguém, mas com o tempo a gente se acostuma a ficar sozinho. 

Fiquei o dia todo pensando naquilo.  Nos acostumamos com a gente mesmo. Não é que ele não curta a menina que está  ao lado dele.  Pelo contrário a preza demais. Mas não ao ponto de abandonar sua liberdade. Abrir mão da sua solidão. Nem deixar de lado a privacidade. Muita gente confunde estar em um relacionamento com posse.Ninguém pertence a ninguém.  Não existe isso de territorialidade, o outro é uma pessoa inteira, composta por uma história, manias, dilemas, defeitos e qualidades. Se ela por acaso esbarrou com você é porque do outro lado aí, há alguém exatamente assim. Ao investir em alguém,  dispendemos tempo. Muitas vezes caímos no mesmo dilema de nos sentirmos presos ou obrigados a ficar ao lado da pessoa a maior quantidade de horas possível; O que tem de errado? Nada., desde que você não se despersonalize.

Muita prova de amor se dar conta da própria existência sem o outro. Saudável  cultivar os próprios hábitos. Esporte. Hobby.  Paixão por videogame. Vício em novela. Seja o que você gosta de fazer sozinho não sabote  pela chegada do outro.  Ao contrário investigue o que esta nova pessoa gosta de fazer.  Pense além disso,   cultive momentos solitários estando no mesmo ambiente. Ele pode dedicar um tempo para escrever ou compor, enquanto ela  fica assistindo uma maratona de séries. O perigo é abandonar a si mesmo e passar a viver a vida do outro. Uma hora ou outra você sentirá falta da sua  vida de solteiro.  Alguns pequenos prazeres de estar sozinho são necessários. Poder ficar de pijama o dia todo  com o celular desligado e não dar nenhuma explicação. Poder trocar o almoço por um pote de  batata frita quando sentir vontade. Dar voltas pelas lojas, livrarias, tomar quantos expressos se sentir a vontade ou ir no cinema e assistir o filme que quiser. Pequenos prazeres de quem se acostumou consigo mesmo. Claro que dá para continuar fazendo isso se houver respeito,  comunicação e empatia. O bacana é que cada um possa eleger um dia da semana para ficar fazendo o que bem entender. Com isso, largue a paranoia. Se você realmente  confia não há problema em deixar o outro ir.  Bom também você arejar de tempos em tempos.

Estou há alguns meses sozinha.  Nada de relacionamentos sérios. Ninguém que valesse investir o meu tempo, açúcar ou afeto.  Estou adorando ficar sozinha. Ir ao cinema no meio da semana, no dia mais barato, comer bobagens calóricas sem ter que dividir ou ouvir recriminações. Bater perna pela cidade sem rumo definido. Poder tomar uma garrafa de vinho sem culpa alguma.Passar a se divertir sozinha um dos maiores aprendizados da última estação. Curto a minha companhia.Me divirto sozinha. Assim quero estar sempre de boas comigo mesma. Praticar meu amor próprio. Desta forma se esbarrar em outro alguém. Que ele venha inteiro . Some, não suma e nem sugue. Nada de dramas, joguinhos ou chateações.Alguém que saiba amar a si mesmo. Curta também sua própria companhia. Respeite a liberdade de uma quarta-feira de ócio sem frescuras. Se deleite com as coisas simples da vida. Seja amante de diversão barata. Alguém que se contente com um piquenique no domingo.  Fazer amor sem hora marcada.  Encontre motivos para ficar, mas saiba partir e também voltar.

 Deus me livre das companhias mesquinhas. Destas que sugam energia. Fazem a gente perder a cabeça, o tempo e a paciência. Quero estar acompanhada sabendo que já estou bem acompanhada por mim mesma.  Uma nova pessoa só será possível se  não tirar o prazer de ser solteira.  Afinal quando descobrimos o prazer de estarmos sozinhos, a companhia de outro só pode vir se for leve, divertida e despretensiosa. Fujo de meninos problemáticos, com a cabeça furada, ego inflado e papo furado. Agora é hora de cuidar mais de mim. E você anda cuidando de você/

Diários de Bluu: A Culpa é Sua

  Diários de Bluu: A Culpa é Sua




De repente aquele amor que parecia tão certo azedou.  Você tem a impressão que já viveu esta cena antes.  O mesmo término. A mesma briga. As mesmas palavras malditas. Dejá-vú?

De repente você está em mais uma sexta-feira chorando uma caixa de lenços. Tendo como companhia o Globo Repórter, onde a vida sexual das morsas parece mais excitante do que a sua. Ao lado da poltrona a lasanha congelada, uma garrafa de vinho pela metade e o pote de brigadeiro já devorado. Você não percebe, mas há algum tempo atrás alguém já partiu seu coração em caquinhos da mesma forma. O seu lugar cativo na fossa já estava ali há algum tempo esperando pelo seu retorno. Chegou a hora de nos culpar por termos o “dedo podre”, o que tínhamos na cabeça quando instalamos aquele aplicativo,  o sim para o convite do cinema e o porque beijar no primeiro encontro. Qual é o nosso problema mental de nos entregarmos da mesma forma? A gente acredita nas mesmas declarações. Se apega nas mesmas atitudes. O que muda são as pessoas pelas quais nos apaixonamos. O que permanece somos nós mesmos. Está na hora de nos colocarmos como protagonistas da história. Temos total responsabilidade pelo coração partido. Pelas  finais de semana solitários. Pela cama gelada e assim por diante.

Quando nos damos conta escolhemos os mesmos caras. Comportamentos parecidos. Estilos de vida semelhante.  Até mesmo roupa, corte de cabelo e quando vemos até o signo é o mesmo.   O pior é quando nos damos conta que, além disso, eles têm os mesmos defeitos, as mesmas manias e as mesmas carências. No meu caso escolho os caras que me colocam para baixo, os que reforçam a minha total falta de autoestima.  Masoquismo?  Sofrer é o meu esporte preferido? No meu caso a cena é a seguinte: tudo começa de forma perfeita. O cara é um príncipe no começo, usa todas as ferramentas para me seduzir. De uma hora para a outra como em um truque de mágica que deu errado. Acordo ao lado de um sapo.  E aí culpamos o destino. Quando na realidade nos aproximamos das mesmas pessoas. Somos conectadas pelas semelhanças, coisas que nos lembram os nossos relacionamentos anteriores e nos fazem sentir em casa.  Mesmo que seja pelas coisas negativas. Somos péssimos  em decifrar sinais.  No meu caso se o cara me trata bem no começo é um pulo para me apaixonar. Outro passo para cair de cabeça. Logo sei que a descida será rápida e cruel. Não demora muito para eles se revelaram e serem uma cópia quase exata dos meus ex-namorados.  De nada adianta jogar as sete pragas do Egito no mundo quando na realidade a culpa é toda nossa. As respostas que a gente procura por nos relacionar com as pessoas erradas estão dentro da gente.  As mágoas, ressentimentos, frustrações se não estiverem acomodadas dentro da gente. Retornam.  Com isso, temos a   tendência de querer equilibrar as coisas e resolver a toque de caixa. Sem levar em conta que enquanto estivermos mal resolvidos tentaremos consertar as coisas passadas em novos relacionamentos.

Buscamos de todas as formas consertar os nossos erros.  Se brigávamos muitos em outros relacionamentos tentaremos ser mais calmos. Se os ciúmes atrapalhou, vamos tentar  agir com mais cautela.  Não há problema algum em querer ser melhor. O errado é tentar consertar os erros do passado nos relacionamentos do presente. Você está começando uma nova história. A pessoa é nova.  Os problemas também serão novos.  Isso se você tiver de fato conseguido escolher alguém fora do seu padrão que possa até ter algumas semelhanças com os antigos, mas fuja das mesmas coisas que deram errado.  Senão  o ego ferido entre em cena.  Abre espaço para nossas carências. Fazendo que sejamos conduzidos a cometer as mesmas atrapalhações. É o que chamo dos nosso buracos negros. Achamos que podemos conseguir mudar as coisas do passado aqui no presente. Não entendemos que o que fizemos  lá atrás  já passou. Vou dar um exemplo.  Me encantei por mm menino tatuado, adorador de motos e com o coração indisponível para o amor.  Por teimosia e por ter já perdido alguns caras por serem comprometidos. Investi todas as minhas fichas nele. Mesmo que no fundo soubesse que meu coração iria ficar em frangalhos. Meu orgulho gritava dentro de mim que dessa vez iria conseguir.

Devemos prestar atenção se de fato o nosso presente não está sendo bagunçado pelo nosso passado. O que estamos tentando provar.  Quando nos damos conta que estamos caindo nos mesmos papos, nas mesmas ciladas e o coração dá um jeito de dizer que algo está errado. Nós  ignoramos os sinais. Negamos os nossos instintos e não damos ouvidos a nossa voz interior. Esta pode estar bradando internamente para sair fora, deixar o jogo antes que tudo pegue fogo.  Quando na realidade o nosso instinto de proteção está em alerta para nos proteger. Acabamos nos deixando de lado mais uma vez.  Nos despimos do nosso amor próprio. Em tantas outras vezes achamos que podemos salvar aquela relação fadada ao fracasso. Podemos ajudar o outro a ser melhor.  O clássico erro de achar que podemos mudar o outro. A pessoa só muda por ela própria. De nada adianta o nosso esforço titânico se o outro está estacionado na zona de conforto.  O que estamos construindo?  Nada. apenas um circulo vicioso de relações azedas. Nos levam apenas a mesma fossa, aos mesmos buracos negros e o pior  reativam cicatrizes. Muitas vezes minguam nossas chances e esperanças de vivenciar algo totalmente novo e incrível.

Seria tudo bem mais fácil vivenciar as dores no momento exato que elas acontecem. Chorar por um amor perdido. Refletir sobre o fim de uma relação. Ao invés de embarcar em uma novo relação tendo na mala de mão um coração partido, ressentimentos e frustrações. Ninguém cura nada machucando o outro e nem se machucando. É preciso primeiro deixar cicatrizar. Deixar o tempo agir. Investir em autoconhecimento. Reconhecer erros, padrões que nos fazem cometer as mesmas burrices. Só depois começar a olhar para os lados.  Só poderemos amar de novo se estivermos desacompanhados de nossos rancores.   Se não quisermos viver de reprises, nem estrelar  dramas mexicanos é preciso estar inteiro.  Encontrar sentido no que nos fez sofrer é sabedoria. Embarcar em algo novo vestido de passado é hipocrisia. Precisamos ser inteiros a fim de não nos contentarmos em sermos a metade de ninguém. Para amar   é preciso primeiro amar a si mesmo. Para iniciar um novo relacionamento é necessário interpretar sinais, mudar atitudes e assumir culpas.

Enquanto nos fizermos de vitimas. Culparmos o universo, o horoscopo, o clima e os outros pelos nossos  dramas. Nada mudará.  É preciso assumir o leme.  Aprender com a dor.  Dar sentido ao passado. A fim de embarcar em algo totalmente novo, imune a migalhas e forte o suficiente para saber partir ou ficar.

Diários de Bluu: Intensidades

 Intensidades



Ela é intensa como tempestade.  Sem saber medir atitudes, palavras ou atos. Quer tudo para ontem. Mergulha de cabeça.  Se atira no escuro. Ou é tudo ou é nada.
Ela é uma mistura de intensidades que colorem uma alma acelerada. 

Mente inquieta. Ansiedade sempre presente. O mundo pode acabar. Ela vai continuar dançando. Turbilhão. Mil coisas ao mesmo tempo. Espirito inquieto. Sempre criando algo novo.  Há sempre um novo caminho. Um atalho. Uma nova saída. Perguntas que precisam de respostas.  Ela quer tudo. Não se contenta com mentiras sinceras. Meias verdades.  Esperar nem pensar.  Quando viu já foi. Quando se deu conta já passou.

A vida  como trem bala.  Ritmo frenético. As coisas acontecem.  Encontros e desencontros. Amores e desamores.  Afetos e desafetos.  Palavras e silêncio.  Impulsos. Vontades vorazes. Insanidades. Adrenalina.  Vivacidade.  De repente o cansaço. A menina de alma inquieta. Espirito ansioso. Vontades insanas. Para. Pensa. Reflete.  Sobre as escolhas. As pedras do caminho.  O que ficou para trás. Os planos perfeitos e perdidos. Os sonhos guardados na gaveta.  Uma hora cansa. Perde a graça de cometer os mesmos erros. Ser abandonada pelos mesmos motivos. O problema não são as pedras do caminho, mas apegar-se nelas. Pode ser que tenha em sua bagagem uma coleção delas que precisam encontrar um destino.

De repente ela se sente sozinha. Por mais que goste de estar só.  O sentimento da solidão invade sem convite. Tristeza repentina. Vontade de chorar sem motivo. Aperto no peito.  Angústia. Sentimento  sem nome. Vontade louca de si mesma. De voltar para casa.. De poder andar sem máscaras. Sem filtros. Mostrar a versão desafinada. Aquela que tem defeitos. Desalinhos. Tempestades. Uma hora cansa tentar caber em um padrão. Para impressionar. Caber. Uma hora cansa. A intensidade se torna calmaria. A ansiedade vira tristeza.  Como se alguns anjos tristes viessem visita-la de vez em quando. Sem razão. Sem por que.  Momentos raros de tranquilidade. Misturados com confusão.  Já que por debaixo de toda esta intensidade.  Há um coração gigante. Daqueles que cabem o universo todo e quem sabe um pouco mais.


Por debaixo da intensidade em forma de tempestade. Há apenas uma alma boa. Uma menina que ainda acredita no amor. Em ser salva seja pelo que for.  Talvez toda esta ansiedade seja uma forma de mascarar o lado doce. Repleto de bondade. Açúcar e afeto. Por debaixo das armaduras. Uma garota que ainda acredita em amor correspondido. Lá no fundo  torce por um final feliz. No amor depois do amor. Só que a cada novo golpe. Desapontamento. Frustração. Decepção. A razão toma conta da emoção. A voz do coração é abafada. Ela precisa ser forte  só não precisa provar isso o tempo todo.

Diários de Bluu: Juntando os Pedaços


Juntando os Pedaços




O problema foi o sentimento. O dela era profundo disponível para mergulhos. O dele servia apenas para molhar os pés.

No começo ele era o cara ideal. Do tipo que corre atrás. Fala as coisas certas nas horas exatas. Chega junto. Marca presença. Topa qualquer programa como  ficar de bobeira. Liga no dia seguinte. Fala a respeito do futuro. Quer te apresentar para as pessoas. Presta atenção no que você fala. Paga algumas coisas. Diz para você se cuidar. Tem até certa dose de ciúmes. O sorriso dele era capaz de derreter as geleiras mais profundas.  O bom humor era afrodisíaco. O beijo tinha química, física e era do tipo raro de se encontrar. Andar de mãos era um prazer. Os papos fluíam sem parar por horas a fio. Mensagens de bom dia. Áudios se declarando. Nenhum problema em tirar fotos de casal. Nenhum medo bobo. Nada de parecer ridículo. Até um eu te amo saiu de forma despretensiosa.  O que poderia haver de errado?

Ela queria um amor de curvas. Adrenalina. Paixão. Uma vontade danada de ficar junto.  Borboletas no estômago. Ser a garota de alguém.  Declarações ao pé de ouvido. Tardes de prazer. Companhia para o cinema. Ter alguém para dividir o tédio nas tardes de domingo. Passeios pela cidade. Caminhar sem rumo. Trocar segredos. Poder ser si mesma sem máscaras ou filtros. Gostos musicais em comum. Sonhos sonhados juntos. Beijos em público. Insanidades trocadas. Amar sem medidas. Se atirar no escuro. Apostar todas as fichas.  Passar o dia sorrindo. Acordar de bom humor. Curar feridas. Superar traumas. Matar fantasmas. Varrer os monstros de estimação.  Dividir um expresso.  Batata frita com queijo. Ser feliz sem pensar no depois. Deixar rolar.

O problema é o oito ou o oitenta. A intensidade dos sinais.  O se apegar em alguém imune ao apego.  Mas  abarrotado de oscilações. Ele era um poço raso. Ela se atirou de cabeça sem saber o que havia embaixo. O nada habitava.  A solidão. A escuridão da entrega de amar sem ser correspondido. Ele era centrado em si mesmo. Incapaz de reparar os danos causados nas pessoas. Preocupado em apostar todas as fichas em uma semana. Sete dias intensos. Daqueles que parecem sair dos filmes românticos. Um amor voraz. Porém fraco.  A curva do amor dele passou para o ódio em um piscar de olhos. Ela se viu diante do seu pior pesadelo.  O mesmo cara pelo qual havia se entregado.  Ele foi embora. A mesma cena que tantas vezes presenciou antes.   Os traumas.  Os medos. Os monstros de estimação. Os fantasmas dentro do armário. Retornaram. Junto com eles as cicatrizes agora expostas. O coração ainda partido. Agora  dilacerado. Do outro lado alguém frio. O sorriso dele. Agora invertido. Dali brotou mágoa. Ressentimento. Palavras que nunca deveriam ter sido ditas por ninguém.  Podia sentir o gosto do desprezo dele. Misturado com uma satisfação pelo sofrimento causado. Frieza glacial capaz de congelar qualquer ponta de esperança. Ela podia sentir o quanto ele se divertia pelos dados causados. Pelas lágrimas choradas.  Só faltava uma risada. O grande final dele. Ir embora satisfeito, sorrindo e sem olhar para trás.

Nem oito nem oitenta. O pensamento que fica vagando de forma repetida na mente dela.  Queria apenas alguém corajoso para ficar. Capaz de não sumir. O problema é a intensidade. A rapidez do adeus.  O que restou. Vazio enlouquecedor.  Silêncio que grita.   Tristeza que agora é bem – vinda.


Ela está se afogando sem estar  pleno alto mar. Não há boias contra o que veio de baixo.  Nem um sinal de deriva. A tempestade se aproxima.  O que resta é juntar os pedaços. Recomeçar outra vez.

Diários de Bluu: Amar no Escuro


Amar no Escuro



Quero alguém que me ame quando luzes se apaguem.  Com isso fico me questionando o que acontece neste momento. O que acontece no escuro? A gente descobre a verdade. Esquecemos o que dizer. Damos total liberdade ao improviso.

Quero um amor de luzes apagadas. Onde os ponteiros da balança não sejam pretexto.  Onde a vontade de  se ver seja maior do que repertório de desculpas.  Um amor que tenha calos, rugas, bolhas, manias, esquisitices e principalmente imperfeições. Um amor que não tenha receio de um eu te amo sair despretensiosamente.  Declarações açucaradas ao pé do ouvido de manhã cedo.  Mensagens trocadas sem  no meio de tudo. Um amor que seja tão excitante a luz do dia  e também na completa escuridão.

O que é amar no escuro? Se apaixonar até pelos defeitos. É saber que aquela pessoa  pela qual você deposita afeto é imperfeita. Amar não tem haver com ser cego.  Saber dos deslizes do outro e  amar mesmo assim. Saber que o outro por mais imperfeito que seja tenta ser uma versão melhor ao seu lado. Estar ao lado de uma pessoa que amamos é conseguir sermos nós mesmos seja aonde for. No meio da multidão. Entre quatro paredes. O amor deve ser posto na mesa em qualquer cenário. Se o amor muda conforme o contexto. Isso não é amor. Pode ser qualquer outra coisa como interesse.

Quando é amor os beijos se tornam públicos. A vontade andar de mãos dadas sobrepõe a vergonha. As declarações saem da boca de forma espontânea. O olhar se torna claro como se o mundo fosse  revestido de magia. Os abraços se tornam demorados. A despedida é enrolada e já recheada de saudade. Os dias se tornam uma longa espera para o encontro.   Quando é amor pouco importa o lugar, o programa ou as coisas materiais. O que importa é o desejo latente. Fazer o outro feliz se torna uma missão de vida.  A sua felicidade deixa de ser egoísta. O que passa a contar é arrancar o sorriso do outro, uma risada ou simplesmente transformar a rotina com um bom dia.

Se você ama de uma forma de luzes acesas e de outra com as luzes apagadas. Cuidado. O seu amor pode ser passageiro, fugaz e até mesmo estrangeiro.  Amar deve ser conjugado no verbo incondicional. Isso implica em aceitar o outro exatamente como ele é. Aceitar oscilações de humor. TPM. Ataques de ciúmes. Dias ruins. Crises. Ficar ao lado do outro quando tudo vai bem é fácil. Amar é estar ao lado quando tudo desabafar. Quando as tempestades vieram assolar.  Amar de verdade é saber se tornar a pessoa que o outro precisa. Nem sempre ficar em primeiro lugar.  Nem sempre concretizar planos. Com isso, não desanime, mas amar alguém é preciso investimento. Como?  Com algo chamado tempo.

Quero um amor que ame no escuro. Quando as luzes apagarem e restarem apenas nós dois. Aonde os meus defeitos possam ser latentes.  Não importa  a cor da minha roupa.  Meu peso. Minha altura. O jeito do meu cabelo. A cor do esmalte. O tamanho do meu salto.


Quando a pessoa certa nos  encontrar  no escuro  debaixo do cobertor  que seja guiado apenas pelo imprevisto de ser apenas si mesmo.

Diários de Bluu: Fechar ou não fechar o coração para balanço?



Fechar ou não fechar o coração para balanço?




Tinha fechado o meu coração para balanço. Estava desistindo do amor.  Ia me contentar em ser bem sucedida, feliz  ao lado dos meus amigos e principalmente cultivar o meu amor próprio. Dar um tempo nos meninos,  investidas,  aplicativos e nos encontros ruins.

Nada fazia passar do segundo encontro. O papo não fluía. Os gostos não se alinhavam. Sempre sobrava ou faltava algo. Me sentia vazia,  incompleta ou totalmente entediada. Achava defeitos, perdia o interesse ou muitas vezes não passava de um simples olá. Não conseguia me sentir atraída, disposta ou com alguma vontade. Até que tudo mudou há um tempo.  Um menino desconhecido me pede o meu número por um aplicativo.  Modernidades contemporâneas. A gente encontra pessoas pelas redes socais meio que pelo acaso como antigamente quando se saía para encontros às escuras.

Começamos a conversar meio sem pretensão alguma. No começo não tinha rolado muito papo. Meio por acaso uma vontade imensa de conhecer outro apareceu. Uma intimidade foi surgindo e uma expectativa para conhecer ao vivo. Como é possível se apaixonar por uma foto? Por um tom de voz? Por palavras bonitas e digitadas? Tudo parecia tão perfeito ali no mundo virtual que bateu até uma insegurança se tudo aquilo iria corresponder com a realidade. Como saber que já era amor mesmo antes de dizer oi?  Me apaixonei pela maneira que ele manda mensagens. A forma eu me sentir em casa. O cuidado mesmo distante.  Será que isso já era amor?

Até que numa sexta-feira o mundo parou. Aquele tipo de momento em que o tempo congela. A realidade se torna apenas figurante.  A humanidade passou a ser coadjuvante.  O seu sorriso virou a curva  da qual queria me perder. Os seus olhos castanhos com tons de verde sorrindo ao encontro dos meus.  Só podia ser amor. Tinha borboletas no meu estômago. Uma sensação de que uma cidade estava se acendendo de mim.  Talvez o amor já estava sendo servido de forma virtual e confirmado no mundo real.  Eu que não acreditava em amor a primeira vista. Tinha pavor de romantismo. Dava no pé ao primeiro toque de sentimentalismo. Me deparei ali boba, entregue e totalmente a mercê daquele que antes era apenas um desconhecido. Será que a pessoa certa tem o dom de nos fazer ser exatamente aquilo que temíamos? Sem que isso nos faça sentir culpa alguma? Talvez.

Os medos. As inseguranças.  O tédio de conhecer alguém. A procura por defeitos. Tudo isso se tornou vago, pequeno e distante.  Quando eu coloquei meus olhos naquele menino sabia que era amor. O primeiro beijo no cinema e todos os outros que vieram. A vontade genuína de querer ficar junto. O gosto pelas coisas simples. Foi um passo para que as declarações surgissem. Um te amo saísse despretensiosamente das nossas bocas.  O andar de mãos dadas pela cidade.  Os segredos sussurrados ao pé do ouvindo. O fazer amor que faz sentido. Tudo isso só aconteceu porque me libertei das expectativas.  Eu que estava fechando meu coração para balanço. Pedindo as contas para o  amor. Fui surpreendida por alguém que quebrou todas minhas as certezas. Por não idealizar  deixei de fazer tipo, bancar um personagem, tentar agradar e muito menos forçar para dar certo.  Fui vestida de mim mesma  desde o primeiro encontro até agora. Foi isso que o conquistou. Ter ao seu lado alguém que não tem medo de desafinar.

Somos livres quando entendemos que para amar basta  o sorriso, a risada, o jeito desastrado,  o beijo apressado, as mãos inquietas, o coração acelerado, o cabelo bagunçado e uma infinidade de sensações que  nos assaltam a medida que o outro chega e vem para ficar. O cara que antes era apenas um desconhecido que troquei algumas mensagens, se tornou o CARA. Como sei? Para as coisas do coração é preciso desaprender, a saber, e começar a sentir.

Se você assim como  eu está tão machucado a ponto de fechar o coração para balanço. Quando menos você esperar a vida surpreende. Te vira do avesso. Te traz as melhores coisas da vida. Alguém totalmente novo. Um carpinteiro para ajudar a construir o  seu universo . 


Alguém capaz de construir pontes ao invés de muros. Alguém que não só pega, mas se apega. Alguém corajoso o suficiente para ficar do teu lado. Alguém que te some e não suma. Alguém que te compreenda e não te julgue. Alguém que te faça rir mares. Alguém que faça sorrir litros. Alguém que encaixe e não force. Alguém que seja perfeito como feijão com arroz e mumu com requeijão.

Diários de Bluu: Um amor vai curando outros amores e desamores

 Um amor vai curando outros amores e desamores



Será que um amor vai curando o outro?  Até cicatrizar e remendar? Será que um coração partido conserta outro coração partido? Qual o real motivo que duas pessoas se apaixonam?

Besteira não aceitar o fato que todo mundo tem um passado.  Pessoas que foram importantes. Amores e desamores. Encontros e desencontros que fazem parte do repertório de cada um. A maior bobagem que a gente faz quando encontra uma pessoa totalmente nova da qual temos a  intenção de dedicar afeto é falar do nosso passado. Temos a mania de discorrer sobre  ele. Não percebemos o quanto isso pode magoar a outra pessoa. Deveríamos aprender a deixar o que passou aonde ele ficou. No passado. O outro também tem suas mágoas, cicatrizes, pontos cegos e uma parafernália de sentimentos que carrega consigo.

Cada um carrega um coração partido a tira colo. Cada um sabe onde o sapato aperta. Cada um tem um segredo escondido. Cada um tem um defeito bizarro. Cada um tem uma mania esquisita. Cada um se torna diferente quando as luzes se apagam. Cada um tem um motivo para chorar. Cada um carrega dores e alegrias. Cada um sabe a sua história. Cada um arca com suas escolhas. Cada um tem algo para esconder. O que tem isso haver?  Que ninguém é perfeito. Bobagem achar que o outro pelo qual você está se apaixonando é totalmente imune de defeitos O pior é quando insistimos em afirmar que outro é uma tábula rasa.. Cada um de nós é uma caixa lotada de partes tortas, desbotadas e erros.  Aceitar a humanidade implica em saber que todo mundo desafina. Assim nos tornamos livres para tropeçar.

São inúmeros os motivos pelos quais nos apaixonamos. Pode ser que a gente esteja tentando virar a página. Consertar um coração partido. Curar a solidão. Ter alguém para compartilhar o tédio das tardes de domingo.  Conversar olhos nos olhos.  Ter companhia para ir ao cinema.  Ter alguém para dormir de conchinha. Muitas vezes o que nos leva a nos sentir atraído por alguém é justamente a história, a bagagem que se assemelha a nossa. Aí podemos nos sentir em casa. Conheci um moço bonito que carregava  um coração partido. Uma história que deu errado. Um amor que virou desamor. Virou mágoa, desafeto uma página que precisa ser virada. Aqui do meu lado há também um coração remendando.  Carrego na minha bagagem uma história que poderia ter sido amor, mas era uma coleção de vazios.  Um coração remendando, costurado e muitas vezes atropelado. Com isso duas pessoas  que estão virando a  página podem escrever uma nova. Juntos.   

Para que o amor fosse servido  é preciso compreender que outros amores existiram. Uma das provas das maiores prova de amor é aceitar o passado do outro. Ele já amou,  viveu outras histórias, foi feliz e por algum motivo vocês se encontraram. Em outra estação. Em um novo tempo. Com mais maturidade. Com mais sensibilidade. Bacana reconhecer os erros que nos levaram a não dar certo nos relacionamentos anteriores. Assim podemos inaugurar uma versão mais madura e até mais compreensiva de nós mesmos.

Começar uma história com alguém sem ter aprendido com os relacionamentos passados é hipocrisia. Temos que aprender a agradecer pelo nosso passado pelos ensinamentos, pelas coisas  boas e não tão boas.  Nos tornar uma versão mais evoluída, melhorada e mais inteira. Aceitar o seu passado. Se perdoar sem amarras.   Entender sem julgar. Em hipótese alguma esmiuçar o passado do outro. Ele não te pertence.


Desta forma um amor vai curando o outro. Um coração partido conserta  outro.  O passado vai fazendo as pazes com o presente. Um futuro repleto de cores bonitas vai cruzar a esquina. Quando você menos esperar este  novo alguém passa a fazer parte da rotina.  Se torna o seu sorriso mais sincero. A sua risada mais gostosa. E de repente você entende que pouco importa os motivos que fizeram você se apaixonar. O que conta é a estrada rumo à um futuro promissor. 

Diários de Bluu:O embaraçoso e temido primeiro encontro

O embaraçoso e temido primeiro encontro



O primeiro encontro costuma ser uma situação complicada. Ainda mais se ele for às cegas. Comum conhecer a pessoa virtualmente. Por aplicativos, redes sociais para depois marcar um encontro ao vivo.

Aí veem as preocupações do mundo virtual. Se a pessoa é realmente quem é. Se a foto  condiz com a realidade. O medo absurdo de o papo ter rolado e fluido sem parar e que na hora ao vivo, esgote.  Se muitas coisas já passavam na nossa cabeça em um primeiro encontro quando se tinha apenas o telefone ou às vezes nem isso as apreensões são infinitamente maiores agora com a tecnologia. Sinto falta de ter apenas um recurso a minha disposição à realidade. Antigamente o pretendente tinha o número de telefone e pronto.  O encontro era marcado. Agora se pode falar com a pessoa desejada por muito tempo virtualmente. É possível mandar fotos, áudios, compartilhar intimidades, contar do cotidiano sem que se tenha visto a pessoa ao vivo e a cores. Tudo isso é bem estranho para uma pessoa como eu que precisa de uma conversa olhos nos olhos. Um convite para um café. Preciso ver as cores do olho de perto.  Enxergar os olhos, sentir o cheiro nada disso o mundo virtual pode me proporcionar inteiramente.

Se você assim como eu tem a mente abarrotada por uma coleção de pensamentos antes do primeiro encontro. Não se sinta só.  Um dos meus piores pesadelos é que mostramos para o nosso alvo desejado  nossas melhores fotos, ângulos, a luz que nos favorece e tudo que pode parecer perfeito. Mas será que ao vivo a gente consegue ser assim? Se assim como eu você também luta contra  a balança. Tem alguns quilos  gritando para serem expulsos. É desastrada por natureza. Fala demais quando está nervosa. Tem a síndrome dos pés e das mãos inquietas.  Você está no lugar certo. Antes de encontrar alguém que pode ser um futuro pretendente mil paranoias passam na nossa cabeça.

O peso. O estilo de roupa. O nosso cabelo. Os assuntos que falaremos. Medo de estragar tudo. A posição das mãos. O que fazer O que não fazer. Parece que somos bombardeados por nós mesmos por um único objetivo. De sermos desejado.s De sermos compatíveis.  Tudo isso pode ser amplificado em um primeiro encontro se você está acompanhado do demônio dos tempos modernos. A ansiedade. Se ela vier junto. Tudo parece maior e mais assustador. Então por que mesmo assim vale a pena ter um primeiro encontro?  Por que continuamos insistindo em conhecer alguém? Se as borboletas no estômago, as inseguranças, os medos foram menores do que a vontade de apostar  em alguém. Ainda há esperança.  Há motivos para continuar. Afinal o outro pelo qual você está com receio de conhecer está passando pelo mesmo que você.

Um conselho, fale exatamente como se sente. Não tenha medo de falar do nervosismo, no frio na espinha e do quanto aquele momento parece embaraçoso. Assim se silenciam os medos, caem os mecanismos de defesa e se suspendem os jogos. O que procuramos no outro é a liberdade de nos sentirmos em casa. Confortáveis.  Sem amarras, grilos ou  minhocas mentais.  

Tira a roupa dos seus anseios e dê a oportunidade daquele estranho se sentir acolhido, compreendido e o mais importante respeitado. O que passa na nossa cabeça em um primeiro encontro? Um turbilhão de pensamentos, sentimentos, sensações que podem ser dissipadas com sinceridade, bom-humor entusiasmo.


Não esqueça que o mais importante que sua roupa, estilo ou status é ir vestido de si mesmo.

Diários de Bluu: Se não fossem os joelhos ralados


Se não fossem os joelhos ralados





Algumas páginas não deveriam ser viradas.  Mas, rasgadas.  Algumas pessoas não deveriam ser esquecidas. Sim deletadas da memória. Algumas brigas deveriam ser apagadas. Ou nunca terem sido vivenciadas.  Bom seria mesmo ter um controle remoto que gravasse apenas os bons momentos.  Acelerasse nos ruins.  Voltasse atrás nas bobagens. Mas se fosse assim que graça seria?

Se não fossem os  joelhos ralados que graça teria?   Cada fora teve seu valor. Cada menino que não ligou de volta. Cada amor platônico. Cada sexta-feira plantada ao lado do telefone que não toca. Cada mensagem trocada. Até mesmo a queda importa desde que você saiba sustentar. De nada adianta sofrer sem aprender alguma coisa.

Por isso agradeço pelos corações partidos.  Pelas noites de insônia. Pelos desamores. Por ter amado demais. Por ter amado de menos. Por ter achado que era amor onde havia apenas vazio.  Pelos ataques de ciúmes. Pelas brigas pelos motivos mais bestas. Por ter acreditado no para sempre quando já tinha acabado. Por ter me apegado em esperanças bobas. Pelas promessas não cumpridas.  Pela longa espera de ser amado de volta. Pelo amor correspondido e também pelos não correspondidos.  Agradeço de verdade pelas coisas boas e ruins.  Sem elas não estaria aqui. Nem você. Nem eu. No meio de tudo. A gente.

Se não fossem os amores errados. As meninas malucas pelas quais você se apaixonou.  Os meninos egoístas e mimados pelos quais corri atrás. Se não fossem nossas histórias absurdas. Não teria a gente. O cinema. Aquele filme que nem sabemos qual era. Na sexta-feira. O café. O doce gigante de avelã. A vontade imediata de contato. O beijo quando as luzes se apagaram.  O encontrar das mãos. Vontade doida de parar o mundo. Desembarcar no teu sorriso.  Amar a primeira vista. Sem pensar. Deixar rolar. Simplesmente acontecer.


Se não fossem todos os nossos erros. Estaríamos longe. Ou talvez batendo a cabeça para tentar dar certo com a pessoa errada. Era amor antes de dizer olá.   Me apaixonei pela curva do teu sorriso.  Gosto da minha versão ao seu lado. Livre. Sem expectativas. Apenas o amor sendo servido.  Quente. Necessário. Preciso.