Um amor vai curando outros amores e desamores
Será que um amor vai
curando o outro? Até cicatrizar e
remendar? Será que um coração partido conserta outro coração partido? Qual o
real motivo que duas pessoas se apaixonam?
Besteira não aceitar
o fato que todo mundo tem um passado. Pessoas
que foram importantes. Amores e desamores. Encontros e desencontros que fazem parte
do repertório de cada um. A maior bobagem que a gente faz quando encontra uma
pessoa totalmente nova da qual temos a
intenção de dedicar afeto é falar do nosso passado. Temos a mania de
discorrer sobre ele. Não percebemos o
quanto isso pode magoar a outra pessoa. Deveríamos aprender a deixar o que
passou aonde ele ficou. No passado. O outro também tem suas mágoas, cicatrizes,
pontos cegos e uma parafernália de sentimentos que carrega consigo.
Cada um carrega um
coração partido a tira colo. Cada um sabe onde o sapato aperta. Cada um tem um
segredo escondido. Cada um tem um defeito bizarro. Cada um tem uma mania
esquisita. Cada um se torna diferente quando as luzes se apagam. Cada um tem um
motivo para chorar. Cada um carrega dores e alegrias. Cada um sabe a sua
história. Cada um arca com suas escolhas. Cada um tem algo para esconder. O que
tem isso haver? Que ninguém é perfeito. Bobagem
achar que o outro pelo qual você está se apaixonando é totalmente imune de
defeitos O pior é quando insistimos em afirmar que outro é uma tábula rasa.. Cada
um de nós é uma caixa lotada de partes tortas, desbotadas e erros. Aceitar a humanidade implica em saber que
todo mundo desafina. Assim nos tornamos livres para tropeçar.
São inúmeros os
motivos pelos quais nos apaixonamos. Pode ser que a gente esteja tentando virar
a página. Consertar um coração partido. Curar a solidão. Ter alguém para
compartilhar o tédio das tardes de domingo.
Conversar olhos nos olhos. Ter companhia
para ir ao cinema. Ter alguém para
dormir de conchinha. Muitas vezes o que nos leva a nos sentir atraído por
alguém é justamente a história, a bagagem que se assemelha a nossa. Aí podemos
nos sentir em casa. Conheci um moço bonito que carregava um coração partido. Uma história que deu
errado. Um amor que virou desamor. Virou mágoa, desafeto uma página que precisa
ser virada. Aqui do meu lado há também um coração remendando. Carrego na minha bagagem uma história que
poderia ter sido amor, mas era uma coleção de vazios. Um coração remendando, costurado e muitas
vezes atropelado. Com isso duas pessoas
que estão virando a página podem
escrever uma nova. Juntos.
Para que o amor fosse
servido é preciso compreender que outros
amores existiram. Uma das provas das maiores prova de amor é aceitar o passado
do outro. Ele já amou, viveu outras
histórias, foi feliz e por algum motivo vocês se encontraram. Em outra estação.
Em um novo tempo. Com mais maturidade. Com mais sensibilidade. Bacana reconhecer
os erros que nos levaram a não dar certo nos relacionamentos anteriores. Assim podemos
inaugurar uma versão mais madura e até mais compreensiva de nós mesmos.
Começar uma história
com alguém sem ter aprendido com os relacionamentos passados é hipocrisia. Temos
que aprender a agradecer pelo nosso passado pelos ensinamentos, pelas
coisas boas e não tão boas. Nos tornar uma versão mais evoluída, melhorada
e mais inteira. Aceitar o seu passado. Se perdoar sem amarras. Entender sem julgar. Em hipótese alguma
esmiuçar o passado do outro. Ele não te pertence.
Desta forma um amor
vai curando o outro. Um coração partido conserta outro. O passado vai fazendo as pazes com o presente.
Um futuro repleto de cores bonitas vai cruzar a esquina. Quando você menos
esperar este novo alguém passa a fazer
parte da rotina. Se torna o seu sorriso
mais sincero. A sua risada mais gostosa. E de repente você entende que pouco
importa os motivos que fizeram você se apaixonar. O que conta é a estrada rumo
à um futuro promissor.
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